Review Splinter Cell Blacklist: jogabilidade inovadora e enredo clichê

Splinter Cell: Blacklist é um jogo que segue a tendência dos últimos lançamentos das grandes produtoras. Com um protagonista marcante, ótimos gráficos e uma direção cinematográfica, o título se esforça para conquistar de vez o seu espaço entre as franquias mais bem sucedidas da atualidade. Porém, entre abordagens silenciosas e trocas intensas de tiros, percebe-se que faltou inovação no modo single player. Blacklist possui versões para PC, PS3, Xbox 360 e Wii U.
Splinter Cell: Blacklist (Foto: Divulgação)Splinter Cell: Blacklist (Foto: Divulgação)
A história começa bem, mas...
O título narra a história de Sam Fisher e sua equipe de agentes especiais a bordo do Paladin, um avião gigantesco com autorização americana para buscar informações em qualquer território sobre ameaças globais. Embora o título possua um antagonista com nome e sobrenome, o game deixa claro que os jogadores deverão medir forças contra uma organização com células e líderes em diversos países.
Os Engenheiros são chamados assim porque pretendem reorganizar a política internacional. Utilizando um enorme poder bélico, inclusive com armas químicas, o grupo ataca pontos decisivos exigindo que os Estados Unidos retirem suas tropas militares em serviço ao redor do mundo.
O pontapé inicial do enredo é excelente, oferecendo argumentos para que Sam Fisher possa percorrer inúmeros territórios sem que a história pareça forçada. Sendo assim, nas primeiras horas de jogo fica a sensação de que o objetivo da Ubisoft funcionou, com um protagonista que exerce autoridade sobre seus comandados e gadgets que oferecem um suporte decisivo no campo de batalha.
História traz ótima premissa, mas desenvolvimento é superficial. (Foto: Divulgação)História traz ótima premissa, mas desenvolvimento é superficial. (Foto: Divulgação)
A proposta começa a falhar quando se percebe que pontos irrelevantes são acrescentados na trama no decorrer do jogo. Além dos questionamentos superficiais, o título traz inúmeros clichês que podem até incomodar os mais atentos. Referências a filmes de ação e jogos de aventura lançados recentemente são constantes.
Gráficos de ponta
Os gráficos de Splinter Cell: Blacklist são ótimos, porém podem ser divididos em dois aspectos. A ambientação é sensacional, explorada de maneira impressionante em locações de diferentes partes do mundo e o nível de detalhes dos cenários não perde em qualidade para nenhum título lançado recentemente.
Título traz gráficos detalhados. (Foto: Divulgação)Título traz gráficos detalhados. (Foto: Divulgação)
A movimentação de Sam Fisher também apresenta um alto nível de qualidade. O único fator que pode incomodar os jogadores mais exigentes é a expressão facial dos personagens secundários. Falta de naturalidade no rosto dos coadjuvantes, deixando evidente em alguns diálogos o quão mecânicos eles são.
Jogabilidade com altos e baixos
O nível de dificuldade elevado do começo do jogo logo é deixado para trás. Aplicando os recursos financeiros de maneira sábia, os jogadores poderão adquirir bombas de fumaça, armas de choque, adesivos explosivos, gás lacrimogêneo e gás sonífero, além de inúmeras melhorias nas armas, no traje e no avião.
Jogabilidade traz abordagem silenciosa, tiroteios, drones e mais. (Foto: Divulgação)Jogabilidade traz abordagem silenciosa, tiroteios, drones e mais. (Foto: Divulgação)
Após as primeiras missões o conceito fica simples; em alguns casos até demais. É possível superar qualquer desafio do game com apenas duas ou três tentativas e alguma paciência. Como ponto positivo, o jogo possibilita diferentes estilos de abordagem, que se dividem em três: Fantasma, Pantera e Assalto. As diferenças se refletem na jogabilidade, alternando entre estratégia, agressividade e furtividade.
O sistema de cobertura beira a perfeição. A forma como Sam progride nos cenários pode fazer com que os jogadores percam horas se arrastando pelos ambientes apenas para surpreender os inimigos. No final fica a sensação de que o gênero ganhou um novo padrão de qualidade, extremamente elevado e esbanjando naturalidade.
Multiplayer inovador
Blacklist traz modo multiplayer diferenciado. (Foto: Divulgação)Blacklist traz modo multiplayer diferenciado. (Foto: Divulgação)
O modo multiplayer de Splinter Cell: Blacklist é mais do que válido, é obrigatório. Uma das novidades é o fato de os jogadores poderem experimentar diferentes jogabilidades na mesma partida, com espiões controlados em terceira pessoa e mercenários em primeira.
Além do modo citado acima, os jogadores podem disputar inúmeras partidas contra outros usuários ao redor do mundo. Entre as principais está o modo clássico, que coloca espiões e mercenários em ambientes tomados pela escuridão, oferecendo uma caçada que exige atenção e habilidade.
Dublagem decepcionante
Bastante questionada nos trailers, parece que a dublagem recebeu pequenas melhorias, porém ainda não alcança o nível de qualidade de outros jogos lançados recentemente em português. Embora esteja claro que o jogo precisa de um conceito infanto-juvenil, palavras leves para situações pesadas se contrastam com cenas de violência explícita, incluindo tortura, e o intenso clima de corrupção.
Sam Fisher comanda Splinter Cell desde 2002 e volta em Blacklist. (Foto: Divulgação) (Foto: Sam Fisher comanda Splinter Cell desde 2002 e volta em Blacklist. (Foto: Divulgação))Sam Fisher comanda Splinter Cell desde 2002 e volta em Blacklist (Foto: Divulgação)
Conclusão
Splinter Cell: Blacklist é um jogo obrigatório para os fãs do gênero. O título leva os games de espionagem a um novo nível, com um sistema de cobertura perfeito, equilíbrio nas ações e diversas possibilidades de abordagem em campo. Apesar dos clichês da história, sobram motivos para apreciar a campanha e principalmente o modo multiplayer.

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